Em
tempo recorde e atropelando vários ritos processuais, o Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF4) marcou nesta terça-feira (12) o julgamento em
segunda instância do ex-presidente Lula sobre o chamado “caso do tríplex” para
24 de janeiro. A inesperada pressa surpreendeu até os direitistas mais
assanhados da mídia e do mundo político, que davam como certo que o julgamento
só ocorreria em março ou abril de 2018. Segundo a própria Folha, uma
arqui-inimiga declarada do líder petista, “este foi o caso que mais rápido
subiu de instância. João Pedro Gebran Neto [o relator do processo] concluiu o
seu voto em 100 dias contra uma média de 275 dias para outros votos em outros
processos da Lava-Jato”.
Em
julho passado, Lula foi condenado em primeira instância – sem provas, mas com
muita convicção – pelo justiceiro Sergio Moro a nove anos e meio de prisão
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostos benefícios
da empreiteira OAS no tal apartamento do Guarujá (SP). Na ocasião, os advogados
de defesa apresentaram inúmeros documentos que comprovaram que o imóvel nunca
pertenceu ao ex-presidente. O midiático juiz, que sempre foi tão afável com
Aécio Neves e com outros tucanos envolvidos em denúncias de corrupção,
desconsiderou as provas, remetendo o caso para a segunda instância. Na mesma
batida, o TRF4 de imediato demonstrou a sua disposição política – e não jurídica
– de condenar o ex-presidente.
Como
aponta a revista CartaCapital, “o caso tramita em tempo recorde no TRF4. Foram
42 dias entre a condenação por Moro e o início da tramitação do processo na
segunda instância. Relator do processo, o desembargador João Pedro Gebran Neto,
levou 36 dias para concluir seu voto. Revisor da ação, Leandro Paulsen
finalizou seu voto em apenas seis dias úteis”. A intenção política dos “juízes”
é evidente. Tudo é feito para abortar a candidatura de Lula – que surge com
larga vantagem nas pesquisas diante de todos os possíveis candidatos à sucessão
presidencial. Em tese, se o TRF4 ratificar a decisão de Sergio Moro, o petista
se torna inelegível, já que o STF autorizou recentemente que os efeitos de uma
condenação passem a valer a partir da decisão em segundo instância.
Pelo
andar da carruagem, em um país em que impera algo similar a um Estado de
Exceção, a farsa já está montada. O “julgamento” marcado para 24 de janeiro
servirá apenas para aguçar a sanha da mídia venal e dos setores que bancaram o
golpe dos corruptos que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer. A batalha,
porém, não está finalizada. Em decorrência das inúmeras ilegalidades cometidas
pela midiática Lava-Jato, ainda há espaço para a apelação jurídica em instâncias
superiores. Mas o mais importante será a mobilização dos setores democráticos,
do Brasil e do mundo, contra mais este golpe contra a democracia. As cativantes
caravanas de Lula e os resultados de todas as pesquisas mostram que o jogo
segue sendo jogado. Não há motivo para desencanto ou vacilação.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2017/12/trf4-acelera-julgamento-de-lula.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário